Colunista Pablo Rolim

Empreender para Crescer

Prefeitos também tem sua parcela de responsabilidade no sentido de criar um ambiente que dê suporte a práticas empreendedoras

Publicado em 19/12/2024 17:55
Por Redação Escotilha
Em Opinião
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A Federação das Indústrias do Estado do Ceará – FIEC, divulgou no último dia 17 de dezembro o resultado do Índice de Inovação dos Estados no ano de 2023, que avalia os 27 estados brasileiros em relação ao ambiente de inovação existente.


Dentro desse estudo, um dado que me entristeceu, mas não me surpreendeu foi a última posição do Ceará no quesito Empreendedorismo. Fatores como pouca quantidade de startups e um número preocupante de fechamento de empresas colocou o nosso estado na 27ª posição no país.


Recentemente escrevi sobre a situação econômica de Várzea Alegre nesse espaço e debati essa pauta no Programa Várzea Alegre em Debate. Igualmente a quase totalidade dos municípios cearenses, nossa cidade padece com a falta de políticas públicas que fomentem o empreendedorismo.


Medidas de incentivo a geração de pequenos negócios e investimento em infraestrutura podem ajudar a amenizar esse quadro. No Ceará, estado com uma grande malha viária, apenas 45Km de nossas estradas são consideradas em estado ótimo, o que dificulta o escoamento da produção e a comunicação com grandes centros urbanos.


Entretanto, outros estados no Nordeste têm buscado soluções. Para tentar melhorar a condição de desvantagens dos empreendedores nordestinos daquele estado, foi instituído na Paraíba o Fundo de Apoio ao Empreendedorismo, que recolhe uma alíquota que varia de 1,00% a 1,60% dos valores de contratos entre empresas privadas e o poder público estadual, que direciona a arrecadação para o Programa Empreender Paraíba, que dá suporte e incentivo ao empreendedorismo no estado.


Se é uma solução definitiva para o problema, certamente não é, mas é um passo importante que pode ser somado a iniciativas não só no âmbito estadual, mas também municipal. Prefeitos também tem sua parcela de responsabilidade no sentido de criar um ambiente que dê suporte a práticas empreendedoras.


Essas ações devem atingir sobretudo o setor de Educação desde o ensino fundamental. A realização de feiras, concursos, criação de disciplinas de grade curricular e o incentivo para que a comunidade também se mobilize são obrigações de nossos governantes e vereadores.


Criar uma cultura de empreendedorismo é dever dos governos estadual e municipal para que o Ceará consiga sair dessa posição vergonhosa que nos deixa cada vez mais distantes de uma sociedade igualitária e com oportunidades para todos.