OPINIÃO

Uma das séries da plataforma de streaming Netflix que tem gerado mais debate nas últimas semanas é Adolescência. Em 4 episódios de aproximadamente 1 hora cada, somos imersos no drama de uma família inglesa que se vê diante de um crime cometido pelo filho adolescente de 13 anos, que tira a vida de uma colega de classe devido a discussões envolvendo bullying, termo inglês usado para descrever o conjunto de agressões físicas, verbais, psicológicas ou sexuais que são intencionais e repetitivas.

Os espectadores da série, principalmente o público adulto, é levado a conhecer a realidade das escolas inglesas e os conflitos entre alunos adolescentes de diferentes raças, religiões e classes sociais num país multicultural como a Inglaterra.

A trama traz à tona um cenário desesperador para os pais, que se veem impotentes diante desse problema que atinge também o Brasil. O uso excessivo das redes sociais por adolescentes, que possuem uma linguagem específica baseada em códigos e emojis com o intuito de esconder o teor de suas conversas são uma grande ameaça a saúde mental desses jovens que são cobrados por um sistema social impositivo que traz desequilíbrio emocional e conflitos entre gerações.

Na contramão desse fenômeno que preocupa pais e professores, os Intervalos Bíblicos ou Intervalos Religiosos, nome que que se dá ao movimento de jovens cristãos que se reúnem nos intervalos das aulas de escolas públicas e particulares do Brasil para devocionais com leitura e adoração ganhou notoriedade na imprensa nos últimos meses, dado o aumento da população Evangélica no país.

Abriu-se um debate entre acadêmicos e especialistas sobre a liberdade de culto em escolas e o limite que deve ser estabelecido com relação ao respeito a outras crenças e ao cuidado para que esse movimento não tenha viés político.

Independente da necessidade de impor regras e respeito a liberdade de expressão para os jovens que participam desses encontros e àqueles que têm o direito de não estarem nesses eventos, é notório e comprovado o resultado positivo que esse movimento traz para o público adolescente.

Estudos realizados em diversos países têm comprovado a importância da fé e da crença religiosa para o equilíbrio mental de seres humanos de todas as idades.

Principalmente o público adolescente, que por si só é uma das fases mais complexas da vida de qualquer pessoa, o alento advindo de grupos e ajuntamentos que buscam disseminar ensinamentos do evangelho baseados na Paz, no exercício do perdão e da solidariedade, é um contraponto aos problemas existentes no ambiente escolar retratados na série Adolescência.

Sob a perspectiva de analisarmos esse contexto de forma otimista, se por um lado temos um ambiente escolar e extraescolar tão desafiador como o retratado na série da Netflix, seguimos esperançosos com movimentos semelhantes aos Intervalos Bíblicos, onde uma parcela significativa dos nossos jovens buscam equilíbrio emocional advindo de práticas religiosas, com todo o respeito devido as liberdades individuais de cada um.

Por Pablo Rolim