Servidores do Porto de Fortaleza são alvo de operação contra tráfico internacional de drogas

Operação da PF investiga servidores e terceirizados do Porto do Mucuripe por envolvimento no tráfico internacional de drogas, após apreensão de 435 kg de cocaína

Publicado em 15/04/2025 13:08
Por Redação Escotilha
Em Segurança
Servidores do Porto de Fortaleza são alvo de operação contra tráfico internacional de drogas
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A Polícia Federal deflagrou, na última semana, a Operação Palma, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas a partir do Porto do Mucuripe, em Fortaleza. A ação teve como alvos servidores da Companhia Docas do Ceará e funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviços no terminal portuário.

Com o apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-CE), cerca de 30 agentes da Polícia Federal cumpriram cinco mandados de prisão temporária e oito mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal no Ceará. Além das prisões, o Judiciário determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados, totalizando aproximadamente R$ 1,4 milhão.


Apreensão de cocaína deu início à investigação

As investigações tiveram início após uma apreensão realizada no dia 6 de fevereiro deste ano, quando agentes da Receita Federal localizaram 435 quilos de cocaína escondidos dentro de um contêiner no Porto do Mucuripe. A droga estava camuflada entre uma carga de cera de carnaúba, destinada à exportação — material típico da região nordeste e de alto valor comercial no mercado internacional.

A descoberta acendeu o alerta das autoridades, que passaram a monitorar as atividades internas do porto, sobretudo aquelas relacionadas ao processo de embarque e manuseio de cargas por parte de funcionários com acesso privilegiado à área alfandegária.


Envolvimento de servidores públicos

Segundo a Polícia Federal, servidores públicos lotados na Companhia Docas do Ceará — estatal responsável pela administração do Porto de Fortaleza — estão entre os principais investigados. Eles teriam colaborado com a organização criminosa facilitando o embarque da droga e permitindo que os carregamentos ilegais passassem despercebidos pelas fiscalizações internas.

Também são investigados funcionários de empresas terceirizadas, que operam serviços logísticos e de apoio dentro do terminal portuário. A PF suspeita que parte desses colaboradores atuava de forma coordenada com o grupo criminoso, utilizando o conhecimento da estrutura interna e os acessos operacionais para ocultar as drogas em contêineres com cargas lícitas.


Crimes e penalidades

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados até o momento. No entanto, conforme informações da PF, os investigados poderão responder por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas desses crimes podem ultrapassar 20 anos de reclusão.

A Polícia Federal informou que as investigações seguem em andamento, com o objetivo de identificar outros integrantes da organização e apurar a prática de possíveis novos crimes relacionados à mesma rede criminosa.

A operação reforça o alerta sobre o uso de portos brasileiros como rotas estratégicas para o tráfico internacional de entorpecentes, especialmente por meio de cargas de exportação destinadas à Europa e outros mercados estrangeiros.

A informação é do Diário do Nordeste, com apuração complementar do EscotilhaNews.

Foto: Institucional Porto Pecém

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