ESCOTILHA NEWS

A cidade de Sobral, na região Norte do Ceará, foi palco de mais um crime brutal que expõe a face trágica da violência contra a mulher. Na manhã desta segunda-feira (14), por volta das 7h30, Leidiane Gomes da Silva, de 32 anos, foi assassinada a facadas na Rua Presidente Juscelino Kubitscheck, no bairro Padre Palhano, logo após deixar o filho na escola.

Segundo testemunhas, a vítima retornava para casa quando foi surpreendida pelo ex-companheiro, que não aceitava o fim do relacionamento de 15 anos. Mesmo tentando escapar, Leidiane foi atingida por vários golpes de faca em via pública. Populares ainda acionaram o socorro, e ela foi levada com vida à Santa Casa de Sobral, mas não resistiu aos ferimentos.

Separação motivada por abandono e ciúmes

De acordo com relatos de familiares, o relacionamento havia chegado ao fim há alguns meses. Leidiane decidiu se separar após insistir para que o então companheiro buscasse emprego e ajudasse nas despesas do lar. O casal tinha dois filhos: um adolescente de 13 anos e uma menina de 6. Insatisfeito com os conflitos e com o comportamento controlado e ciumento do homem, ela optou por sair da cidade de Acaraú e recomeçar a vida em Sobral, onde passou a morar com a irmã.

“Ele não aceitava o fim. Ficava ameaçando ela nas redes sociais, ligando para casa, perseguindo. Dizia que, se não fosse dele, não seria de mais ninguém”, declarou Ely Gomes, irmã da vítima. Segundo ela, Leidiane havia deixado claro ao ex-companheiro que não desejava mais manter qualquer tipo de vínculo afetivo.

Ainda conforme Ely, momentos antes do ataque, Leidiane teria dito ao agressor: “Não sou obrigada a ficar contigo. Vai viver tua vida.” A declaração teria sido a última antes da sequência de golpes que a derrubaram no chão, conforme testemunhado por vizinhos.

Suspeito está foragido

Após cometer o crime, o suspeito fugiu do local e, até o momento, segue foragido. Equipes da Polícia Civil realizam diligências para localizá-lo. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sobral, que deve conduzir as apurações com base na legislação de enfrentamento à violência doméstica e feminicídio.

Violência que se repete

O caso de Leidiane soma-se aos alarmantes índices de feminicídio registrados no Ceará e no Brasil. Trata-se de um crime marcado por violência doméstica, possessividade e misoginia, onde a liberdade da mulher de pôr fim a uma relação é brutalmente negada.

Foto: Divulgação