Há ipês entre os arbustos, com cores admiráveis. Há ipês isolados, que nascem no meio do ” nada”, que me trazem as lembranças das flores alaranjadas que me condiziam até elas por meio de sua beleza.
Não tinham cheiro, nem falavam, mas me encantavam que até me emocionava.
Apreciava com tanta admiração, com tanto afago, que traziam-me paz.
Ao sair na porta, os meus olhos se encontravam com tanta sutileza, eram aquelas flores alaranjadas que atraíam os pássaros para cantar, e lá eu passeava, tranquila, tão serena, que jamais esquecerei do bem que tudo isso já me fez.
A sombra era rala, quase não existia, mas os raios do sol entre as flores, irradiavam e formavam desenhos no chão, e com a minha imaginação, eu viajava na criatividade. Formava nuvens, borboletas, flores, animais e até as letras do meu nome.
Trazia as flores nas pequenas mãos, com tanto carinho, e colocava-as entre as folhas do caderno, murchavam, secavam, viravam papéis, e sua cor continuava sem perder o principal, a essência!
Tornavam-se papéis de seda, tão macios, tão finos e tão naturais.
Era assim que passeava embaixo do pé de flores alaranjadas, que tanto admirava incansavelmente.
Lembranças da infância, vivida por Dacilene França, em Cruzeirinho.