Odontologia na Prática, com Raquel Horizonte

IMPLANTES E OSSEOINTEGRAÇÃO – CRITÉRIOS DE SUCESSO

Implantes dentários são suportes ou estruturas de metal (normalmente de titânio) posicionadas cirurgicamente no osso maxilar/mandibular abaixo da gengiva para substituir as raízes dentárias. Uma vez colocados, permitem ao dentista montar dentes substitutos sobre eles.

A implantodontia destaca-se como método moderno de reabilitação oral para pacientes edêntulos totais ou parciais. Para que este método se desenvolva adequadamente é necessário que o implante se osseointegre ao tecido ósseo receptor, já que a integração óssea é a chave do sucesso clínico cirúrgico. Ou seja, para que a implantodontia tenha sucesso clínico é necessário que ocorra o fenômeno da osseointegração, que nada mais é do que a união física do implante com o osso receptor.

Para que se alcance tal índice de sucesso é necessário, além de um amplo conhecimento na área, uma anamnese criteriosa do estado de saúde do paciente, seguir criteriosamente algumas regras antes, durante e após processo cirúrgico.

Os fatores que levam ao processo de sucesso para a osseointegração de implantes dentários podem ser divididos em 3 grupos: fatores pré-cirúrgicos, transcirúrgicos e pós-cirúrgicos

Fatores pré-cirúrgicos: contraindicação médica para tratamentos com implantes osseointegráveis é rara. Porém, existem várias alterações sistêmicas que podem contraindicar esta cirurgia, assim como contraindicaria qualquer outra cirurgia óssea. Dentre estas alterações as mais significativas são: pacientes com histórico de infarto, insuficiência cardíaca, valvulopatias, câncer desenvolvido, hemofilia, anemia, osteoporose, diabetes e AIDS. Além destes, existem outros fatores que merecem especial atenção, como gravidez, alcoolismo, tabagismo severo e uso de drogas. A solicitação de exames laboratoriais é rotina no período pré-cirúrgico. Exames básicos para qualquer cirurgia, como hemograma, coagulograma e glicemia são essenciais para se diagnosticar alterações significativas que contraindiquem a cirurgia de implantes. Além destes exames complementares, deve ser protocolo para cirurgias de colocação de implantes osseointegrados execução de exames radiográficos panorâmicos e periapicais, pois são a partir destes exames que se descobrem quaisquer alterações ósseas significativas que poderiam contraindicar a colocação dos implantes.

Fatores trans-cirúrgicos: Após o preparo do leito cirúrgico, segue-se a colocação do implante. É nesta fase que se estabelece um dos principais fatores tidos como indicativo de sucesso para osseointegração, que é denominado de estabilidade primária. Noutras palavras, uma boa estabilidade primária favorece à osseointegração. Esta estabilidade pode ser definida como minimização ou ausência de micromovimentação entre o implante e leito receptor, alcançando uma imobilidade que seria fundamental no processo de formação da interface ossoimplante.

Fatores pós-cirúrgicos: Após a instalação do implante, em cirurgias convencionais, aguarda-se um período para se obter a cicatrização óssea. Esse tempo é determinado de acordo com local onde foi colocado o implante e é outro fator de extrema importância para o sucesso da osseointegração.

Referências:

MARTINS, Vinícius et al. Osseointegração: análise de fatores clínicos de sucesso e insucesso. Revista Odontológica de Araçatuba, v. 32, n. 1, p. 26-31, 2011.

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