Hospital São Raimundo, único de Várzea Alegre, passa por grandes dificuldades

O Hospital São Raimundo, único de Várzea Alegre, passa por extrema dificuldade financeira. Acumulando um déficit de quase dois milhões de reais, alguns serviços precisaram ser suspensos, como por exemplo as cirurgias eletivas (aquela programada, que não é considerada de urgência e que o médico agenda o dia e o horário para sua realização conforme mapa cirúrgico do hospital e a ocasião mais propícia).

De acordo com o Dr. Carlyle Aquino, Diretor do hospital, a grave situação já foi apresentada recentemente aos gestores do município, na Câmara Municipal, ao Conselho Municipal de Saúde e em veículos de comunicação locais.

Segundo Carlyle, a gravidade da situação se deve principalmente à falta de reajuste linear da tabela de procedimentos do SUS, que não é corrigida há pelo menos 15 anos.

Em recente entrevista recente a um veículo de comunicação local, o diretor do hospital chegou a afirmar: “O horizonte para o hospital é sombrio”.

O Hospital São Raimundo existe em Várzea Alegre há 58 anos. Carlyle fala sempre com muito orgulho que “pelo menos trinta mil varzealegrenses já nasceram no hospital”.

O EscotilhaNews entrou em contato com o Dr. Carlyle e o mesmo se mostrou realmente muito preocupado com a gravidade da situação. “Em 19 anos trabalhando no São Raimundo nunca presenciei uma situação tão grave e preocupante”, disse.

Já faz algum tempo o hospital depende de emendas de custeio, que são emendas destinadas por parlamentares para a área da saúde com o objetivo de vão financiar obras, custeio hospitalar, aquisição de máquinas e equipamentos, mutirões de consultas e cirurgias, entre outras ações, em hospitais e unidades hospitalares filantrópicas, além de unidades básicas de saúde nos municípios.

No último dia 12 de abril a Câmara de Vereadores aprovou, em sessão, um incentivo no valor de R$ 130 mil para o custeio do Hospital São Raimundo. O Projeto de Lei 019/23, de autoria do Poder Executivo Municipal, soma-se aos 70 mil reais do convênio da Prefeitura junto ao hospital. Entretanto, diante da gravidade da situação pela qual está passando o hospital, esses valores, embora ajudem, não resolvem nem de longe o problema.

Ou os governantes, Executivo e Legislativo, em conjunto com a sociedade varzealegrense tomam providências urgentes ou o único hospital, que já serve à população há 58 anos, fechará as suas portas.

Diante da caótica situação da saúde do município, onde a população – em especial a parcela mais carente – está sofrendo as consequências de uma gestão ineficiente, resta saber se, mesmo com os insistentes apelos da direção do Hospital São Raimundo não haverá uma mobilização em prol de encontrar uma solução para que aquele hospital continue realizando a sua função de bem servir a população com esmero e dedicação na área da saúde.

É frequente a falta de médicos, medicamentos e até mesmo material de limpeza nos postos de saúde do município, unidades que deveriam funcionar como atendimento primário, mas que não cumpre com o propósito. Com isso, o Hospital São Raimundo, que já está funcionando com extrema dificuldade, acaba sofrendo uma grande sobrecarga. Assim, algo precisa ser feito com URGÊNCIA. Não é possível que, até para realizar uma consulta ou fazer um curativo tenhamos que nos deslocarmos para cidades vizinhas. Pois é exatamente isso que acontecerá caso o Hospital São Raimundo feche as suas portas.

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