Colunista Professor Hamillton Vale

O Rombo Invisível e a Dança das Narrativas

O cidadão fortalezense já mostrou que sabe separar o que é lixo e o que merece ser reciclado

Publicado em 06/12/2024 23:10
Por Redação Escotilha
Em Opinião
Compartilhe:

Fortaleza se encontra em clima de transição política, e como de costume, o jogo das narrativas já começou. Desta vez, o protagonista é um deputado do PT, que apontou para um suposto "rombo" financeiro na prefeitura que será entregue ao prefeito eleito, Sr. Leitão. A acusação, no entanto, carece de números ou qualquer dado que sustente a afirmação. É uma espécie de "rombo Schrodinger": existe e não existe ao mesmo tempo, dependendo da narrativa que se deseja emplacar.


Curiosamente, essa receita parece já conhecida. Sempre que o PT assume um cargo executivo, o discurso sobre heranças problemáticas reaparece, como um velho disco arranhado. Foi assim no governo federal, foi assim em outros estados, e agora, aparentemente, será assim em Fortaleza. Talvez seja um padrão, um tipo de "manual de transição".


A população, porém, não parece disposta a aceitar justificativas genéricas ou promessas engavetadas. Um dos temas centrais da campanha do prefeito eleito foi a extinção da polêmica "taxa do lixo", que já mandou o atual gestor direto para a "reciclagem eleitoral". Será que o "rombo invisível" será usado como desculpa para manter a taxa? Ou talvez, para justificar uma eventual inércia administrativa, algo que tem sido uma marca registrada de gestões petistas, segundo os críticos mais ácidos.


Afinal, o que se espera do Sr. Leitão é que, em vez de se perder em desculpas e retóricas, cumpra sua palavra. O eleitorado já cansou de promessas vazias embaladas em discursos bem articulados. É hora de limpar a cidade — e não estamos falando apenas de resíduos sólidos, mas também de narrativas tóxicas.


Como bem sabemos, a política é uma arena de coragem. Resta-nos observar se o novo prefeito estará à altura do desafio ou se será apenas mais uma peça no tabuleiro das justificativas e da inação. Estaremos de olho. Afinal, o cidadão fortalezense já mostrou que sabe separar o que é lixo e o que merece ser reciclado.

Por Hamillton Vale


Pense nisso.

A vida nos exige coragem.