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Colunista Professor Hamillton Vale

O Eterno Aumento dos Combustíveis: Promessas Vazias e a Realidade do ICMS

O combustível se torna cada vez mais um artigo de luxo, e o brasileiro continua refém de um sistema que parece não ter interesse real em mudar.

Publicado em 02/02/2025 12:46
Por Redação Escotilha
Em Opinião
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No último dia primeiro, os brasileiros enfrentarão mais um aumento no preço dos combustíveis. A cena se repete como um filme já conhecido: o cidadão se surpreende, reclama, mas no fundo sabe que essa história nunca termina. O discurso político, sempre recheado de promessas sobre a redução e estabilização dos preços, mais uma vez se choca com a realidade dos reajustes constantes.


Dessa vez, a justificativa oficial aponta para o ICMS, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, como o principal responsável pelo aumento. Mas será que é só isso? A política de preços dos combustíveis no Brasil é um enigma que mistura fatores econômicos, decisões políticas e, claro, um impacto direto no bolso do consumidor. A tão prometida "brasileirização" dos combustíveis, que supostamente traria um alívio para os motoristas e empresários, segue sendo uma promessa vazia, repetida em discursos inflamados, mas nunca concretizada na prática.


O Papel do ICMS: Vilão ou Apenas um Peão no Jogo?


O ICMS sempre entra na conta quando se trata de aumento dos combustíveis. Governos estaduais ajustam suas alíquotas, e o preço sobe nas bombas. O detalhe que poucos destacam é que essa alíquota já era conhecida e que as autoridades responsáveis pelo setor sabiam, com antecedência, que o impacto no bolso do consumidor seria inevitável. Ainda assim, o jogo político se desenrola como se esse aumento fosse uma surpresa repentina, uma fatalidade sem culpados.


O que poucos comentam é que, apesar do ICMS ter um peso relevante na formação do preço, ele não é o único fator determinante. O Brasil ainda depende da cotação do petróleo no mercado internacional, da variação cambial e das estratégias das grandes petrolíferas. Mas, no final, o aumento acaba sendo tratado como uma consequência inevitável, e o consumidor continua pagando a conta.


A Economia Popular Sofre Mais uma Vez


Os impactos desse reajuste vão muito além do preço que se vê nos postos de gasolina. O transporte público, os produtos que dependem da logística rodoviária e até mesmo os alimentos no supermercado sofrem reajustes. Quando o combustível sobe, o custo de vida acompanha. A inflação, que já é uma velha conhecida do brasileiro, ganha mais um empurrão.


Diante desse cenário, o cidadão comum se pergunta: onde estão as promessas feitas nas campanhas eleitorais? Onde está a estabilidade prometida? O discurso de que o país teria um controle maior sobre a política de preços parece cada vez mais um delírio populista, uma estratégia de convencimento que se dissolve no primeiro reajuste.


O Ciclo Sem Fim


Assim, seguimos para mais um ano onde os preços sobem, as explicações se repetem e a população se adapta, como sempre. Enquanto isso, autoridades e especialistas seguem debatendo possíveis soluções, mas sem efetivamente aplicá-las. O combustível se torna cada vez mais um artigo de luxo, e o brasileiro continua refém de um sistema que parece não ter interesse real em mudar.


E a pergunta que não quer calar: até quando?

Por: Hamillton Vale