Escola Brasil: Um Aluno em Recuperação
O problema não se resume às notas baixas. O comportamento em sala de aula também deixa a desejar

Se os estados brasileiros fossem disciplinas escolares, o aluno Luiz Inácio já teria sido reprovado em pelo menos duas – e, ironicamente, justamente naquelas que sempre foram seu ponto forte. A Escola Brasil é renomada, disputada e, acima de tudo, exigente. Aqui, os professores – também conhecidos como povo – não dão moleza. Não basta apenas frequentar as aulas e entregar trabalhos meia-boca; é preciso mostrar resultado, senão a reprovação vem sem piedade.
Com um conceito 4 em uma escala de 0 a 10, nosso estudante encontra-se perigosamente próximo da recuperação. E olhe que essa nota se refere às matérias que ele domina! Imagine o desempenho nas disciplinas mais complexas, aquelas ministradas nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde o conteúdo é mais denso e os professores são inflexíveis. Por lá, o boletim do aluno Luizinho está tingido de vermelho, e a preocupação com uma possível repetência cresce a cada trimestre.
Mas o problema não se resume às notas baixas. O comportamento em sala de aula também deixa a desejar. Dizem que ele já foi visto cochichando promessas ao pé do ouvido de alguns colegas, tentando ganhar favores. Há rumores de que distribui lanchinhos grátis para conquistar popularidade, mas isso não engana os professores mais experientes. Afinal, de que adianta agradar o recreio se, na hora da prova, as respostas vêm cheias de desculpas e lacunas?
E o tempo, esse professor implacável, não perdoa. Faltam pouco mais de 24 meses para o fechamento do ano letivo, e o cronômetro da gestão acadêmica não para. Se o aluno não se esforçar, seu destino pode ser a temida repetência, aquela que o obriga a passar mais quatro anos tentando de novo. E repetir de ano na Escola Brasil não é apenas um constrangimento; é um recado claro de que a metodologia precisa mudar.
Claro, recuperação é possível. Mas, para isso, será necessário mais do que discursos bem ensaiados e apresentações de slides coloridos. Os professores querem provas concretas de aprendizado. Não adianta apenas dizer que estudou – é preciso demonstrar que compreendeu a matéria e, principalmente, que aplicou o conhecimento na prática.
A Escola Brasil não é para os fracos. Ser um aluno regular não basta; é preciso estar acima da média. E se o aluno Luizinho deseja permanecer matriculado, terá que ralar. Porque nesta escola, a paciência dos mestres tem limite, e, no final do ano letivo, a avaliação final será feita nas urnas.
Qualquer semelhança, é mera coincidência.
Pense nisso! A vida nos exige coragem.
Por Hamillton Vale