Colunista Professor Hamillton Vale

O Contra-Golpe: Reflexões sobre Narrativas e Justiça

O combate à impunidade é indispensável, mas não pode ser desvirtuado para fins políticos ou transformado em espetáculo midiático.

Publicado em 22/11/2024 17:31
Por Redação Escotilha
Em Opinião
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Já repararam como, em momentos de desgaste para o governo federal, surgem fatos ou declarações que acabam desviando a atenção do público e ocupando os espaços na mídia? Recentemente, a frase "Fuck you, Elon", atribuída à primeira-dama, é um exemplo emblemático. Agora, surge um novo episódio: a alegação de um plano para assassinar figuras da República.


Se tais acusações forem reais, que os responsáveis sejam severamente punidos, com base em provas concretas e irrefutáveis. No entanto, se mais uma vez se tratar de uma denúncia sem fundamentos robustos, o episódio corre o risco de parecer uma manobra narrativa, algo que a sociedade está cada vez mais atenta. Esse tipo de estratégia, em vez de fortalecer o governo, tende a desgastá-lo ainda mais, reforçando, inclusive, a percepção de perseguição contra o governo anterior — uma percepção que, para muitos, já alcançou níveis históricos.


A Justiça deve ser imparcial e alicerçada na legalidade. Punições precisam ser aplicadas com rigor, mas sempre acompanhadas de um devido processo legal, sem contemporização ou seletividade. A credibilidade das instituições está diretamente ligada à sua capacidade de agir com transparência, imparcialidade e respeito aos princípios constitucionais.


O combate à impunidade é essencial, mas não pode ser transformado em ferramenta política ou em espetáculo midiático. O momento exige serenidade, coragem e comprometimento com a verdade,

Por Hamillton Vale.