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Várzea Alegre e a Dor Silenciosa: Uma Reflexão Sobre o Crescimento da Taxa de Suicídios no Município

Com uma população estimada em cerca de 38.000 habitantes, Várzea Alegre registrou cinco suicídios em 2024, e já conta com um caso em 2025, segundo dados fornecidos pela Polícia Civil ao EscotilhaNews

Publicado em 27/01/2025 19:59
Por Redação Escotilha
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Várzea Alegre e a Dor Silenciosa: Uma Reflexão Sobre o Crescimento da Taxa de Suicídios no Município
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"Quantas histórias não são contadas por aqueles que já não estão mais aqui? Várzea Alegre, no interior do Ceará, enfrenta uma questão silenciosa, mas devastadora: o aumento da taxa de suicídios. Este é um convite à reflexão, à conscientização e à ação coletiva."

Os Números que Chocam

Com uma população estimada em cerca de 38.000 habitantes, Várzea Alegre registrou cinco suicídios em 2024, e já conta com um caso em 2025, segundo dados fornecidos pela Polícia Civil ao EscotilhaNews. Embora os números absolutos possam parecer baixos, quando analisados em relação ao tamanho da população, o índice de suicídios no município em 2024 foi de 13,15 casos por 100.000 habitantes – uma taxa alarmante, acima da média nacional, que gira em torno de 9,2 por 100.000, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O início de 2025 já acende um alerta. Em menos de um mês, um novo caso é registrado, apontando para a necessidade urgente de atenção às questões de saúde mental no município.

Falta de Políticas Públicas: Um Sistema em Falha

A ausência de políticas públicas direcionadas à saúde mental em Várzea Alegre evidencia um problema estrutural. Atualmente, o município conta com um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), equipamento fundamental para atender pessoas em situação de vulnerabilidade emocional ou com transtornos mentais. Esse equipamento, se bem utilizado, poderia em muito reduzir esses números. É preciso um melhor acompanhamento dos pacientes e um número maior de funcionários da saúde no apoiamento a essa causa.

CAPs Várzea Alegre

O Papel das Famílias no Apoio a Pessoas em Sofrimento

Enquanto o município enfrenta uma lacuna no atendimento público, os familiares de pessoas com depressão desempenham um papel crucial. Especialistas sugerem algumas ações para aqueles que convivem com entes queridos em sofrimento:

- Ouvir sem julgar: Proporcionar um espaço seguro para que a pessoa expresse seus sentimentos.

- Estar atento a sinais de alerta, como isolamento social, mudanças bruscas de comportamento ou falas sobre falta de esperança.

- Incentivar a busca por ajuda profissional, mesmo que isso signifique procurar atendimento em outros municípios.

- Evitar minimizar os sentimentos do outro: Frases como "é só uma fase" podem ser prejudiciais e deslegitimar a dor alheia.


“Escutamos muito as pessoas perguntarem: qual é a causa da depressão? A depressão não existe uma única causa, mas ela é causada por uma combinação de fatores, como biológicos, psicológicos, ambientais e genéticos. Esses fatores são estudados. Não necessariamente a depressão tem uma única causa. As pessoas têm a sua subjetividade. Então o que causa depressão em uma pessoa não necessariamente causará em outra. Esses fatores de combinação precisam ser avaliados e feitas intervenções de acordo com o que esteja mais próximo desse diagnóstico”, disse a psicóloga Dacilene França ao EscotilhaNews.

Janeiro Branco: Um Convite à Conscientização

O mês de janeiro é marcado pela campanha Janeiro Branco, que visa promover a conscientização sobre a saúde mental e incentivar o diálogo aberto sobre o tema. É uma oportunidade para quebrar tabus e construir uma sociedade mais empática e preparada para lidar com questões emocionais.

Em Várzea Alegre, no entanto, a campanha ainda não possui ações expressivas, como palestras ou eventos voltados à comunidade. Especialistas acreditam que iniciativas desse tipo poderiam ter um impacto significativo na prevenção do suicídio e na promoção da saúde mental.

O que se espera da saúde pública do município são ações pautadas em qualidade de vida, estimulando estilos de vida saudáveis ao povo de Várzea Alegre, o que impacta diretamente na saúde mental da população.

Prefeitura não deve servir só para fazer obras. Gestão pública é, sobretudo, cuidar da população.

Reflexão Final: O Que Podemos Fazer?

A taxa de suicídios em Várzea Alegre não é apenas um dado estatístico, mas um reflexo de histórias interrompidas, de famílias enlutadas e de uma comunidade que precisa despertar para a importância do cuidado emocional. A solução passa por ações coletivas que envolvam o poder público, os profissionais de saúde e a sociedade como um todo.

"A saúde mental precisa ser prioridade. Enquanto não for, continuaremos perdendo vidas para o silêncio e o descaso. A pergunta que fica é: o que estamos fazendo, como indivíduos e como sociedade, para mudar essa realidade?"

Se você ou alguém que conhece está enfrentando dificuldades emocionais, procure ajuda. O CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece apoio gratuito pelo telefone 188. Não hesite em buscar ajuda – você não está sozinho.

Por: Capitão Horizonte

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