Ataques do crime organizado levam provedora de internet de Caucaia a encerrar atividades
Desde fevereiro, ataques promovidos pelo crime organizado têm atingido empresas de fornecimento de internet no Ceará, especialmente nas regiões da Grande Fortaleza e Sertão Central


A onda de ataques contra empresas de telecomunicações no Ceará levou ao fechamento da GPX Telecom, provedora de internet que operava no município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. A empresa anunciou, na noite desta quarta-feira (19), o encerramento definitivo de suas atividades, após sofrer atos de vandalismo que inviabilizaram a continuidade do serviço.
Em nota oficial direcionada aos clientes, a companhia lamentou os prejuízos e explicou que a destruição da infraestrutura ocorreu em questão de minutos. “Em menos de 20 minutos, atos de vandalismo devastaram tudo o que construímos com tanto esforço e comprometimento, levando-nos a tomar a difícil decisão de encerrar nossas operações”, declarou a empresa.
Registro do ataque (câmeras de segurança da empresa)
Ataques coordenados e impactos na conectividade
Desde fevereiro, ataques promovidos pelo crime organizado têm atingido empresas de fornecimento de internet no Ceará, especialmente nas regiões da Grande Fortaleza e Sertão Central. As ações criminosas, segundo investigações, seriam uma retaliação ao não pagamento de "pedágio" exigido por uma facção de origem carioca, que impôs uma espécie de taxa ilegal a empresários do setor.
Os atos de vandalismo incluem incêndios a veículos, destruição de cabos de fibra óptica e depredação de lojas e centros de distribuição, afetando milhares de clientes. Relatórios de operadoras locais indicam que cerca de 10% da população da Região Metropolitana de Fortaleza vive em áreas sob influência direta do crime organizado, onde os ataques têm impactado gravemente a infraestrutura de telecomunicações.
Mobilização nacional por segurança no setor
Diante da gravidade da situação, associações do setor de telecomunicações intensificaram mobilizações em Brasília em busca de apoio do Ministério da Justiça. O tema já está sendo tratado junto à Secretaria Nacional de Segurança Pública, com o objetivo de reforçar a proteção às empresas e garantir a normalização dos serviços.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também acompanha o caso. Em nota divulgada no último dia 13 de março, o órgão afirmou que monitora os ataques no Ceará e em outros estados e solicitou participação no Grupo Nacional de Apoio ao Enfrentamento ao Crime Organizado (Gaeco Nacional). Criado em fevereiro, o grupo visa fortalecer a atuação do Ministério Público Federal (MPF) no combate às facções criminosas que ameaçam setores estratégicos da economia.
Enquanto as autoridades discutem soluções, provedores locais seguem em alerta, e milhares de consumidores enfrentam dificuldades de acesso à internet em diferentes regiões do estado.
Foto: Redes sociais
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