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Uma noite que começou com bola rolando terminou em tragédia na Grande Barra do Ceará, em Fortaleza. Quatro jovens foram assassinados e um ficou ferido após uma chacina dentro de um campo de futebol society, na rua Tambaú, no bairro Colônia, na noite desta terça-feira (6).

De acordo com a Polícia Militar, um grupo de homens armados invadiu o local enquanto os jovens jogavam bola. Eles se apresentaram como policiais civis, mandaram todo mundo entrar em “posição de revista” e, sem dar tempo de reação, abriram fogo. Foi tiro prá todo lado.

Vítimas e resgate às pressas

Dois jovens morreram ali mesmo, no campo. Outros três foram levados às pressas para unidades de saúde. Um deles, o adolescente Pedro Henrique, de 16 anos, não resistiu e morreu na UPA do Pirambu. Outro jovem acabou falecendo no Instituto Dr. José Frota (IJF). O quinto baleado segue internado, em estado que ainda não foi divulgado.

A família de Pedro Henrique conversou com a imprensa e disse, com todas as letras, que o garoto não tinha qualquer envolvimento com o crime. Era mais um jovem da periferia tentando viver e se distrair no meio do caos.

Perseguição, prisão e armas apreendidas

Logo após o crime, os suspeitos fugiram em um carro modelo Chevrolet Onix. Mas não foram longe. A Polícia Militar entrou na cola e, após uma perseguição tensa, o veículo bateu de frente com uma loja na rua Graça Aranha.

Três pessoas foram presas: dois adultos e um adolescente. Com eles, a PM apreendeu quatro pistolas. E tem mais: a polícia agora investiga se um segundo carro, de cor branca, também participou da ação dando suporte — segundo informações preliminares, esse outro veículo estaria transportando fuzis calibre 5.56, armamento de guerra mesmo.

Os presos foram levados para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), onde devem responder por diversos crimes, incluindo homicídio qualificado.

Disputa entre facções pode ter motivado o ataque

A principal linha de investigação da polícia é que a chacina esteja ligada à velha e conhecida guerra entre facções criminosas que atuam na capital cearense. Uma realidade que, infelizmente, segue ceifando a vida de jovens inocentes nas periferias.

Voz das ruas: "Era só futebol. Nada justifica isso."

Moradores da região estão em choque com a brutalidade do crime. Um vizinho que preferiu não se identificar comentou: “Esses meninos só queriam jogar bola. Entraram aqui se dizendo polícia e atiraram como se fosse caça.”

A comunidade pede justiça, proteção e respeito, cansada de viver no meio do fogo cruzado. E mais do que isso: quer que as autoridades parem de fingir que isso é normal.

Foto: Reprodução