A chegada das chuvas no sertão como símbolo de renovação, esperança e resiliência diante dos desafios sociais
Não há como não evocar a memória de Tibúrcio Bezerra (in memoriam), meu saudoso vizinho do sítio Varas, em Várzea Alegre. Poucas pessoas souberam expressar com tanta intensidade o amor incondicional pela terra e pelas coisas simples da vida rural

Hoje, decidi não me aprofundar em debates políticos nesta coluna. Quero falar de coisas que acalentam o coração: das chuvas que banham a terra, da vida na roça, do sertão que pulsa forte em nossas memórias e do amor profundo pelas nossas raízes.
A chegada das primeiras chuvas da tão esperada quadra invernosa traz consigo uma onda de esperança. O barulho da água caindo no telhado, o perfume da terra molhada e o verde que rapidamente renasce no sertão nos lembram de que a natureza, em sua generosidade, tem o poder de renovar não apenas o solo, mas também as nossas esperanças.
Não há como não evocar a memória de Tibúrcio Bezerra (in memoriam), meu saudoso vizinho do sítio Varas, em Várzea Alegre. Poucas pessoas souberam expressar com tanta intensidade o amor incondicional pela terra e pelas coisas simples da vida rural. Ele via na chuva mais do que um fenômeno natural; era um sinal de vida, de promessa e de renascimento.
Aqui em Várzea Alegre, as chuvas já começam a dar seus sinais. Cada gota que cai é como um alento para o sertanejo, que enfrenta com coragem as adversidades do semiárido. É o inverno chegando com suas bençãos, prenunciado pelos Profetas da Chuva, essas figuras emblemáticas que interpretam os sinais da natureza com uma sabedoria passada de geração em geração. Que seja, como preveem, um inverno farto e generoso!
No entanto, não podemos esquecer que, mesmo em meio à beleza da natureza renovada, somos confrontados pelos desafios que pairam sobre a sociedade. A alegria que a chuva traz ao sertanejo contrasta com o peso das incertezas que carregamos: uma economia fragilizada, a insegurança crescente e as turbulências políticas que atravessam não apenas o nosso município, mas todo o país.
É nesse contexto que a chuva se torna também um símbolo de esperança por dias melhores. Assim como a terra precisa da água para florescer, nossa sociedade precisa de justiça, respeito e oportunidades para prosperar. Que possamos aprender com a natureza: às vezes, é necessário suportar os dias secos para valorizar ainda mais as primeiras gotas de chuva.
Que este inverno traga não apenas fartura para o campo, mas também renovação para os nossos espíritos e para o nosso tecido social. O sertão nos ensina resiliência, e é com ela que seguimos, na esperança de um futuro onde as nuvens carregadas de boas novas sejam tão generosas quanto as que agora se formam no horizonte.
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